domingo, 30 de dezembro de 2012

Que venha em paz

... o que o futuro trouxer ♪



escrevo agora porque a vontade de ver 2012 ficar para trás é grande. não que as horas nos ponteiros do relógio e a mudança de calendário tragam alguma mudança, mas só o impulso de um novo ano já nos faz respirar com um pouco mais alívio. alívio imediato. porque do ano que foi muitas pessoas caminharam suavemente sobre a estrada na qual a vida se dá, muitas estradas se cruzaram e muitos caminhos se tornaram os mesmos. muitos deixaram de caminhar sozinho, mas muitos, mesmo acompanhados, estiveram mais solitários do que nunca. este ano, infeliz ano, trouxe a certeza de que pessoas podem ser ruins, que ninguém se importa, que amor e amizade são sentimentos tão banais quanto corrupção e carnaval. o ano, em si, não foi ruim, o que o tornou um pequeno pedaço do inferno, para que todos ou ninguém pagasse seus pecados, foi a simples presença de pessoas fracas, que por puro medo e covardia, preferiram diminuir e usar o outro a oferecer qualquer coisa de bom. felizmente não há mais tempo para relembrar os fantasmas, eles estão mortos e a partir de agora enterrados. vem aí um novo ano, com 365 oportunidades para ser feliz e mais do que isso, para fazer feliz. trezentos e sessenta e cinco novas chances de fazer melhor, de fazer diferente a cada dia, para que no próximo final de ano, quando os ponteiros do relógio perigarem chegar em 2014, você, eu e todos nós possamos suspirar por um instante, recordar o ano que passou e dizer: valeu a pena. não desejo um feliz ano novo, mas um ano novo que seja uma felicidade a todos.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Nunca mais saiu da minha boca...

... nenhum elogio a nenhuma paixão ♪



Eu te olho com urgência, não diga aquelas palavras que me devastam. Não, não agora, não se vá e me deixe sozinha por entre escombros de um coração partido, no meio do que sobrou daquele futuro idiota que um dia sonhamos juntos para nós. Você sabe que eu tenho medo do escuro, que pesadelos me deixam sem ar e que meu coração acelera cada vez que você toca minha mão com delicadeza. Sim, eu sei que você sabe que  ainda estremeço quando você sussurra "eu te amo", sabe também que quando me coloca em seu colo, no calor de seus braços, o mundo desaparece e eu encontro o meu lugar, que por tanto tempo procurei. Eu, que andava por aí desajustada, sem rumo nem beira, sem sentido ou razão; sobrevivia de restos de atenção fajuta, de sonhos de papel que se dissolviam com as lágrimas que insistiam em cair durante a noite, porque eu procurava você e não te encontrava. E agora que encontrei e depois de tanto tempo segura em um lugar que parecia ser meu, você quer partir, me deixando novamente com o escuro e a solidão, levando consigo minha casa, meu conforto e minha vida, que de tanto desejar pela sua, acabou se confundindo com ela. Não vá, desfaça esse pesadelo que me atormenta, diga que é apenas mais um sonho ruim como aqueles nos quais você me acorda no meio da madrugada e silencia meu medo, acariciando meus cabelos bagunçados e dizendo que tudo ficará bem. Eu ainda sinto sua respiração pesada tocando minha nuca enquanto eu sorrio, silenciosamente para não acordá-lo, pela sorte grande de ter encontrado você; posso escutar sua voz falando meu nome quando faço algo inevitavelmente irritante; eu ainda sinto você aqui, mesmo estando distante de mim agora. Me falha a visão, me falta voz para gritar, mas não se vá... Simplesmente não vá.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Eu olho pra lua

... eu sinto a tua falta ♪



O vento gelado balança com suavidade meus encaracolados cabelos negros, trás consigo uma brisa de maresia mesmo tão distante da última vez que estive na praia.
Devo admitir, eu já fui mais feliz do que isso, mas também já fui mais triste.
E o sofrimento que arde em meu peito grita que eu estou viva, a dor em meu ventre assinala uma escolha para que tudo se desfaça.
É inútil, não adianta medir tristezas dentro de nossos fantasmas, a dor de cada um é tão singular quanto o que nos faz iguais; a nossa diferença é o único elo que nos une.

Hoje eu aprendi, com um amigo uma coisa que nunca soube: aprender a libertar, perder o medo de deixar partir.
E eu digo ao meu coração que vá, não se prenda mais a pequenos detalhes de um doce amor que falece.
Não cabe a mim pedir para que ele continue sobrevivendo, a liberdade é uma pequena dádiva que permite que tudo se torne mais encantador.
Desfaleça.

Duas feridas brigam em contraste dentro do meu peito, mas existe alguém, em algum lugar, que olha por mim e que de alguma forma, escolheu que eu estivesse aqui.
A dor permanece, minhas fragilidades e meus medos continuam a devastar tudo o que encontram dentro de mim, mas eu também continuo.
Não existe começo e nem fim, a estrada não leva a lugar nenhum, nós caminhamos em vão.
Nós devemos continuar caminhando, é a única coisa que nos cabe nesse tenebroso mundinho onde a felicidade cobra um valor muito alto.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Eu já tive as chaves...

... como as aves tem o céu ♪





Perspectiva de futuro, uma volta direto ao passado pode me dizer como cheguei aqui.
Janeiro se aproxima: o pesadelo de 2012 fica um ano mais longe, mas as lembranças menos de 31 dias mais perto, não quero recordar.
Não importa, aquele velho papo de novo ano sempre faz sentido nessa época onde o desespero começa a bater pelo ciclo temporal que se encerra e pelo novo mundo de possibilidades que se expõe.
Vejo no horizonte trêmulo a esperança de um renascer, deixar para trás todas as cicatrizes e viajar para longe do que foi o que vivemos.
Dizer adeus.

E contigo, vai meu coração cheio de si, que procura o que já encontrou.
Era realmente um jogo, um livro, um desfecho que parecia estar definido por meus simples caprichos de brincar com o tempo que ainda me restava.
Mas o ponteiro do relógio parou, andou para trás e correu para frente, no fim das contas, quem perdeu o controle e o jogo fui eu.
Agora o destino me deixa a mercê da esperança de uma nova vida, distante daquela que a pequena força de meu ser deseja flamejante em meu coração partido.
Não há mais nada a fazer.


Mas eu perdi você, como um barco perde o rumo, como uma árvore no outono perde a cor.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Eu vou sair do da área...

... de alcance ♪



E se existisse alguma chance, alguma forma de fugir, de desaparecer do mundo por algum tempo? De esquecer os problemas, de não se preocupar com nada?
Tentador, um gole da bebida mais doce e depois encontrar o céu.
Não existe fórmula mágica para resolver os problemas mais sinceros e esconder os medos explícitos, nosso coração é uma máquina que continua a bombear sangue e nosso cérebro insiste em manter lembranças e informações que se tornam nosso vício.

E se o telefone tocasse? Se ele dissesse que tudo ficaria bem e que em seus braços não havia mais perigo, você acreditaria?
A ignorância, na maioria das vezes, é uma benção para aquele que a possuí.
Saber é um preço alto demais a ser pago a troco de um coração partido, de uma mente perturbada, de sonhos destruídos...
Não é fácil a decisão entre a razão ou um mundo de possibilidades de algum dia ser feliz.

E se tudo fosse mentira? Se nada fosse real?
Acordar de um pesadelo e voltar a ser criança, nada disso aconteceu, você tem a chance de fazer tudo de novo, tudo diferente.
Um novo mundo em um minuto, uma nova chance de refazer o passado e de tecer o futuro.
Se eu soubesse antes o que sei agora erraria tudo exatamente igual ♪

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Risque outro fósforo...

... outra vida, outra luz, outra cor ♪



Quando o céu escuro é cortado por um raio, o barulho só reflete algo que já aconteceu e não se pode voltar atrás. 
Depois vem a calmaria.
A tempestade só serve para fazer desabar um acúmulo de coisas que aumentam, pesam e se dissolvem em tão pequenas quanto eram. Ela devasta.
Quisera Deus me dizer como desfazer tempestades de papel, que são lavadas pela chuva e dissolvidas na imensidão de meus pensamentos.
Como parar essa força que me prende ao que se desfaz com sutileza e espontaneidade... Como resistir ao desejo encarnado em meus olhos sonhadores, que de tanto sentir, entristecem.

Luz.
Estonteante dançarina dos dias, que guia os passos e afasta os males que a escuridão oculta. Pequena esperança que nos confunde, porque quanto mais olhamos, mais cegos nos deixa.
Ilusão boba essa de achar que se pode tocar o que é abstrato, porque nada é tão forte que não possa ser quebrado e nem frágil que não possa se fortalecer.
O infinito dura um segundo na minha contagem de tempo, um segundo eterno no qual ainda estou parada.

Pesadelos.
Não existe um dia que não finde na noite serena, que carrega consigo estragos profundos, que causa pequenas mortes na lentidão dos sonhos que gritam até enrouquecer sobre seus medos e mais do que eles, gritam seus desejos ignorados.
Não adianta fugir do que está dentro.
E por mais que não acredite em destino, eu sei que o meu é você.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Ainda era noite...

... esperei o dia amanhecer ♪



Um suspiro me faz sorrir.
O som toca palavras que não fazem sentido nenhum agora, mas que parece tornar o ar do quarto leve, me faz flutuar em um espaço de segundo que me perco olhando para o teto.
Mas eu tenho um balão, nada pode fazer ninguém mais feliz do que isso, até que ele murche, caia e leve embora tudo consigo, é claro.
Projetar as necessidades, medos e alegrias em uma representação de uma infância passada, de um passado infantil, faz parecer que a vida pode, por alguns instantes, ser sutil e doce como jamais foi.
Diversas marcas invadem meu quarto dizendo sobre a linha ambígua entre a euforia e depressão, a bipolaridade que meu passado sempre trás a tona quando, em contraste com meu presente, reflete em um coração obscuro, dor e solidão.

Uma fita vermelha corta minha visão e conduz meus olhos até o coração suspenso acima de mim. Brinco como uma criança na linha que divide meu coração infantil e meus anseios de uma aspirante a mulher.
Quantos sinais de uma criança permeiam um quarto com ursinhos, pirulitos de chocolate, convites de casamento de personagens da minha infância e um balão?
Não é isso que diz sobre essa parte tão inocente de mim.
Fecho os olhos e vejo, perdido em algum lugar, lembranças perdidas de brincadeiras imaginárias. A imagem muda, um colo, um abraço e a certeza de que o mundo nunca mais poderia me ferir.

Sorrio.
Mesmo com uma lágrima afiada caindo, mesmo com as ondas de meu mar de fel me afogando... Eu sou uma sobrevivente e esse mês, como sempre, vem afirmar isso ano após ano.

Eu sei que nada aconteceu, mas está tudo assim, tão diferente.


domingo, 9 de setembro de 2012

De hoje em diante

... só whisky escocês. ♪


A noite passada foi a saideira, mas dessa vez tão literalmente que chega a trazer o amargo da vodka de volta para minha boca.
Mas nem o nítido gosto de alcool pode se comparar ao amargo que se tornou o simples fato de respirar.
A visão turva, a sensação de estar caindo constantemente, o cheiro forte de 5 copos de uma bebida barata na roupa. 
Amnésia.
Não existe lembranças de uma noite que não existiu, não existe dor por cenas que não assisti, não existe mágoa porque eu nem estava lá.

Gostaria eu que o alcool fosse a pior droga que uso, mas o que mata minha vitalidade é o motivo pelo qual o gosto amargo se tornou sutilmente doce.
Eu trago comigo os estragos da noite, escondo meu rosto entre escombros da noite.
O passado volta rasgando para me dizer que o antídoto sempre foi veneno, que não há cura para um vazio que nada pode preencher.
Como essa estúpida garota pôde acreditar que haveria felicidade em algum lugar?

E quando se está no fundo do poço não existe mais nada a perder, não se pode perder quando não se tem nada.
Quando se bebe para esquecer, lembrar é uma fatalidade e uma regra. Por mais que se esqueça as reações, o fato sempre estará ali, vivo e diante de seus olhos, destruindo cada pedacinho bom que ainda restou.
E então, agora, basta deixar a maré te levar, te sufocar... te afogar.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Mas um dia, um dia...

... nós seremos a maioria ♪


Perguntaram a ela um bom motivo para despertar. 
Abrir os olhos para um novo dia as vezes não nos parece a melhor opção, as vezes realmente não é, mas quando tudo está desabando, alguma coisa a mantinha de pé.
Demorou muito para que ela soubesse que sua paz tinha nome e não apenas um, mas vários.
Era como se ela soubesse que existia um lugar, não exatamente físico onde podia ser, tão só e somente ela mesma e mais nada. Não havia o que esconder, não havia porque esconder.
Parecia banal aos olhos dos demais, chegava a ser questionável, improvável, mas é tão real e tão vivo quanto as batalhas e feridas do dia a dia.

Ela se divertia com quem dizia o contrário, porque, na verdade, naquela vida que eles diziam ser a real, ela só podia vestir sua máscara cotidiana, com pessoas que fingiam se importar, com coisas que mentia gostar e com uma vida que não era sua.
A soma de todas as partes não resultavam em um todo.
No mundo contrário, paralelo àquele, ela se fazia ela mesma e era assim que era gostada, que era amada e principalmente, que era cuidada.

De simples mensagens a extensas conversas.
A contramão era o melhor caminho e ela sabia que ali havia abrigo e não podia ser mais direta, era uma sacana em meio de suas anjinhas da guarda, que de tão guardiãs, caminhavam lado a lado com ela, não seguindo ou indicando seus passos, mas a ajudando a caminhar.
E a trilha sonora daqueles dias tinha razão, longe longe longe aqui do lado, paradoxo, nada as separa.

Venenos anti-motonias, parabólicas, sotaques e caronas, highways de estrelas e tantas outras coisas que faziam aqueles dias valer a pena diziam, com razão, sobre quanto vale a vida.
Perguntaram a ela um bom motivo para despertar. 
Bom dia, ela respondeu sorrindo, de uma forma que só quem sabia podia entender.


domingo, 12 de agosto de 2012

E sobe o bloqueio...




Esse título me persegue desde minha época de 13 anos, assistindo os jogos sem nem saber o que era um corredor...
Desde então vôlei se tornou uma das minhas maiores paixões, me fazendo há 7 anos acordar de madrugada para assistir os jogos no Japão e depois dormir 1h para ir para a aula fazer prova.
Ver a seleção perder sempre me faz querer olhar nos olhos dos jogadores e dizer: cara, muito obrigada, vocês perderam o jogo, mas para mim SEMPRE serão os campeões.
Tipo aquela coisa de que pai sempre será o super-herói, essa seleção sempre será campeã, sempre será minha seleção de ouro.
Toda vez que vejo um jogo eu volto a me sentir uma criança e eu devo agradecer MUITO a seleção por me permitir sentir assim, feliz, animada... Por ser fantástica e me fazer gritar a cada ponto, chorar com as derrotas, reclamar do juiz e saber reconhecer que as vezes outros times jogam melhor.

Me deixa encantada saber a garra e o amor que esses jogadores tem, honrando a camisa que vestem e dando o melhor de si sempre. Perder acontece, saber perder é apenas para os vencedores...
Não importa, para mim, a medalha pode até não ser de ouro, mas eles SEMPRE e SEMPRE serão os melhores, que dentro da quadra fazem uma mágica sem fim.

Sei lá, eu gostaria muito de pedir para que eles não ficassem tristes, de dizer que eles são o orgulho nacional e que eu tenho o maior orgulho do vôlei brasileiro.
Dizer que eles me fazem querer voltar aos 13 anos e sair na rua com o rosto pintado, torcendo, chorando, gritando... 
Essa seleção, para mim, sempre será de ouro, porque não é a medalha que diz isso, mas o olhar de cada um e o amor que se tem a camisa.

Não sei se vocês algum dia lerão esse texto bobo, mas se sim aqui vai meu muito obrigada por tudo, o amor por vocês como um todo e por cada um em seu espetáculo particular é infinito.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

E na manhã seguinte...

... tava tudo bem ♪



Eu disse que estava com preguiça, mas esse post é de lei.

A madrugada vai alta no último dia de uma velha vida.
Saber que as coisas vão mudar depende exclusivamente de quem fará a mudança, sendo ela externa ou interna, o fato é que só se muda quando alguém quer.
Eu sei que vou...
Vivi uma vida que não me levou a nada muito além de puramente abraços vazios e olhares de gelo, uma conveniência necessária e uma aquisição garantida.
Não que esteja reclamando mesmo sobre a sorte que me sorriu, pelo que tenho conquistado e por quem tenho por perto, não não, longe de mim.
A desfeita não é em relação ao que pode-se olhar, mas ao que sinto aqui comigo.

Não sei se posso dizer com coragem que amadureci, talvez tenha amarelado um pouquinho...
Talvez tenha voltado a ser criança e assim, consigo entender muito mais as coisas que me pareciam tão complicadas.
Essas férias foram terríveis, elas me fizeram pensar.
Existe um mundo muito além dos meus olhos, muito além dos meus dramas. Não é uma constatação, é um fato obvio que me faz sempre olhar para frente.
As vezes é triste olhar para trás, triste ver o quanto corri na direção oposta, o quanto deixei de mim parar me tornar quem não era. Regressão.
Não a outras vidas, mas a um ser humano pior.

Triste mesmo é saber o que me fez enxergar claramente e a tempo que eu, há tempos, não seguia mais o caminho certo.
Deixe o passado para trás e siga comigo meus amigos, a vida é um livro encantador e escrever sua história exige coragem.
A noite passada foi a saideira, segunda-feira tudo volta ao seu lugar.


terça-feira, 17 de julho de 2012

Puro desespero...

... autossabotagem, to fora do seu programa de milhagem ♪



me diga, há alguma chance para nós, meu doce amigo?

um simples sim e eu juro que tentarei ser a melhor pessoa do mundo, coisa que eu nunca consegui ser, mas que eu posso afirmar com todo meu coração, eu sempre tentei.
um destrutivo não e meu nome não será uma maldição mais, na verdade eu me esforçarei para que ele não seja nem uma visão do passado.

basta um segundo, um torpedo de celular.

eu gostaria de errar menos, de saber mais o que fazer, mas parece que meu castelo cheio de grades sempre acaba afastando quem eu quero que entre.
parece que eu não sei amar ninguém, porque são justamente essas pessoas que tendo a magoar dia após dia como se fosse um karma sem fim.
e não importa o quanto eu tente, o quanto eu reze ou o quanto eu chore, isso nunca tem fim.

eu me tornei o que desprezo, e eu pareço desprezar o que eu amo.
uma condenação triste, para alguém que não sabe mais o que fazer.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

É pouco...

... mas é tudo que eu posso oferecer ♪



Nostalgia.
Milhares de anos atrás em um Natal distante era possível ser a maior fã do mundo do Engenheiros do Hawaii por ter baixado o CD novo INTEIRO em uma internet discada.
Era muito fácil ser uma personagem de um livro enquanto aquele dia ganhava o posto de segundo mais especial do ano por simples mensagens que nunca paravam.
Parecia simples, porque na verdade era.
Não precisei de 4 anos para descobrir que a simplicidade é a chave para tornar as coisas maiores do que podemos imaginar, na verdade, somente ela pode fazer com que os momentos se tornem especiais.

Dia-a-dia.
Um veneno não poderia ser mais mortal que a convivência, que deixa tudo tão velho quanto livros empoeirados.
É como se os defeitos fossem grifados com marca texto, deixando para trás as boas velhas qualidades.
O novo se recicla e sobrepõe-se sempre, mas sai de moda tão facilmente quanto a obsolescência programada de um eletrodoméstico qualquer.
Nós nos perdemos em uma calmaria de "tanto faz, por mim tudo bem", esquecemos que na contra-mão as coisas fazem mais sentido. Frases feitas podem matar aos poucos o que existe de melhor.

A estrada é incerta, e se você não tem coragem de arriscar, não caminhe por ela.
Nós erramos, acertamos e no final a busca é apenas por uma coisa: pessoas que estejam dispostas a caminhar lado a lado, capazes de lembrar, pelo menos uma vez ao dia, que somos tão humanos quanto elas, falhos, frágeis e esperançosos.

domingo, 8 de julho de 2012

Sempre acabando...

... o que não tem fim ♪



O tempo passa.
Com uma dureza quase desumana, refaz ciclos e me explica uma frase que há seis anos eu perguntava o significado: é preciso que tudo mude para que tudo continue na mesma.
Eu olho para trás e vejo que nada está no mesmo lugar, mas porque então eu me deparo sempre com os mesmos ciclos?
Existe algo para quebrar o padrão que me persegue ou sou apenas eu que sempre repito minhas ações e acabo no mesmo lugar?

Não encontro respostas, a noite é silenciosa demais para que eu possa ouvi-las, mesmo assim as busco incessantemente.
No final das contas, não passa de um eterno procurar e jamais encontrar.

Só assim a vida pode ter alguma graça.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Se você sentisse...


... o medo que eu sinto do escuro (8)




Maldita música que soletra em sua melodia sonhos de uma noite que parecia nunca mais ter fim.
É hora de recuar... 
As vezes retirar as tropas da luta é o único jeito de ganhar a guerra, mesmo que a vitória seja apenas uma triste derrota disfarçada de ilusão.
Meter-me por perto, por hora, é o único jeito de não perder o que me faz respirar e, ao mesmo tempo, é a forma mais mortal de distanciá-lo de mim.

Não há volta.
É um caminho de via única, sem chances para uma segunda vez, sem vezes para uma segunda chance.
Eu aceito tranquilamente o que meu destino sarcástico me ofereceu, sabendo que ele estará ao meu lado durante toda a estrada. mas nunca chegará ao meu destino.
Nunca fará parte do meu destino e eu soube desde o começo, nunca farei parte do dele.

E do outro lado da rua eu vejo o que tenho deixado de lado.
Batalhando pelo impossível eu quase perdi de vista minha sempre eterna felicidade, quase perdi minha vida tão detalhadamente construída.
Sonhos pequenos que chegam ao fim.
O enredo muda, as cortinas se fecham e sinceramente, eu não tenho vontade de agradecer pela grande peça de teatro que ando atuando somente e tão somente por saber que, de um lado tenho um sorriso e do outro um suspiro.
As vezes minha vontade é me perdeer dentro de minha própria escuridão e esquecer de tudo, esquecer de mim...
A tarde chuvosa condiz com meu coração nebuloso e tudo volta mais ou menos ao seu lugar.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Não sei qual foi a causa...

... e quais serão as consequências (8)



Fraca.
Impotente de fazer algo melhor do que isso, pequena demais para saber o que fazer ou que caminho certo seguir... Dirigir por essas curvas não é tão fácil quando não se sabe onde quer chegar.
E aí ele vem, me pede para ser forte, mas mal sabe que minha única força vem de seus olhos distantes.
Inalcançáveis.
E então eu viro uma espécie qualquer daquelas pessoas que podem fazer tudo por quem... ama? (será que é amor?)... bem, que é capaz de tudo por alguém e nada por si mesmo.

Pensamentos.
A chuva os arrastam de volta para mim, de onde saíram e para onde eu, mais de uma vez, supliquei para que nunca mais voltassem.
Eles se confundem com o confuso de meus pensamentos e então, volto a me questionar o que é certo, o que não é.
Força, fraqueza... Medo.
Meu olhos, agora assustados, observam um rosto estranho no banheiro; que ri atoa e, então, chora compulsivamente por não ser a mesma.

Já vi o fim do mundo algumas vezes, é o sentimento mais comum.
Volto a encarar o espelho, agora percebendo as marcas desse paradoxo qualquer acelerando meu coração e descontrolando meus passos. Qual o caminho certo?
Retorno. Preciso ser forte, por ele, não por mim.
A máscara recai sobre o rosto, a chuva continua a ensurdecer o silêncio gritando nomes que não quero ouvir e dizendo coisas que não quero pensar.
Já vi o fim do mundo algumas vezes e na manhã seguinte estava tudo bem.


quarta-feira, 30 de maio de 2012

Risque outro fósforo...

... outra vida, outra luz, outra cor (8)



Escrever. 
Tentei lembrar a palavra em inglês, mas a língua mais difícil do mundo - para mim - continua sendo uma incógnita em minha cabeça. E aí tudo se mistura.
Cartas de amor que jamais mandarei, sentimentos profundos que devem ficar apenas perdidos em meus olhos felizes/tristes... confusos.
É como procurar distante o que se tem por perto, sem nunca encontrar, sem nunca tocar.
Buscar algo que não se pode ter.
Será mesmo que vale tão a pena se afogar em doces ilusões de um mundo que nos sufoca? Ou seriam tão doces as ilusões que criamos e não podemos alcançar?
A dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza.

Contramão.
Caminhar contra a corrente banal que nos carrega enfileirados para o ponto de partida. Quando se percebe estamos todos andando em círculos e nessa caso, sair pela tangente é a única forma de se salvar.
Quem salva quer salvação.
Retorno ao início: escrever. Salvar, compreender, consolar. Não sei o que traduz minha necessidade de colocar em letras mal feitas e pedaços de papel reciclado com sentimentos novos, mas sei que eu vejo somente e tão somente o desenho ganhar a forma do que me assusta.
E o medo do escuro retorna, porque nada pode assustar mais do que o que se esconde na parte obscura de minha alma, na parte não tocada de meu coração.

Fugir.
Desviar os olhos como se não fosse verdade, porque ninguém virá ajudar; à meia-noite o príncipe vai embora com algo que o distraia e a princesa jamais tem seu final feliz.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Me traz na bagagem...

... tua viagem sou eu.



Descobri com serenidade que as vezes coisas simples de coração tornam-se muito maiores do que grandes atos que passam batidos.
São simplicidades por aí que eu chamo de inspiração. 
Hoje acordei lembrando que no inverno fica tarde mais cedo e dei o nome mais bonito a minha inspiração: Marina.
E quando suas inspiração mudou sua vida, o que falar para ela? Não sei, penso eu, vulga aspirante a escritora, que inspirações falam por si só.
Minha pequena fala por si e muito mais, porque seu coração é mais que simplesmente simples, é puro, inocente que tão só. Porque minha inspiração é puro sentimento e muito mais frágil que um cristal, mas tão somente forte como uma mulher que se torna a cada instante.

Marina.

Porque não é qualquer super-herói por aí que consegue salvar uma vida com um toque a distancia de sua magia sem igual. 
Há mais de um ano tem sido assim, uma nova vida a cada conversa, uma nova esperança e um caminho certo para um sorriso sincero, basta ligar os fios que nos conectam.
Sei lá, a distancia é tão pequena que te sinto sempre aqui, ao lado, comigo. Tão mais do que qualquer pessoa que realmente esteja por perto.
Marina, menina, teu sorriso encanta, sua voz adoça e tuas palavras confortam.
Teu dia tão especial, feito somente para você, me deixa desejosa de pegar o primeiro voo rumo a tão perto do meu coração.

Best.

O loiro, que de anjo já tem tudo, ainda trouxe diversos anjinhos com ele, daqueles peraltas e cheios de vida, que nos dizem de uma vez por todas pelo que vale a pena viver.
Entregou em minha mãos a mais valiosa joia rara, daquelas que alguns por aí chamam de amizade, mas eu não, eu chamo de felicidade.
E quem sabe o que tem valoriza, quem sabe quer perto.
É seu aniversário e eu não tenho presentes, não tenho abraço (nem samba), não estou aí para pular em você e te acordar cantando bem desafinada, mas eu dou meu presente simples de coração.
Minha sinceras e apaixonadas palavras de uma amiga que te ama muito e que te queria ao lado sempre, porque por perto está há mais de um ano <3

E porque no último minuto te dizer essas palavras?
Para que você tenha certeza que até nos últimos instantes eu sempre e sempre estarei com você!

Feliz aniversário minha menina. 
Amo você!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A vida não pode ser

um conta-gotas na tua mão (8)




.desenhei com a ponta dos dedos as iniciais de nossos nomes na areia fina da praia; esperava que aquele lugar eternizasse nossos nomes por um momento e que talvez o vento não apagasse.
nem sei por quanto tempo aquelas marcas de um momento infinito ficaram na areia, não sei se foi o vento, algum turista ou uma tempestade de areia que soterraram o que eu queria para a eternidade, mas sei que não deve estar naquela mesma praia a essa hora.
talvez nem o sentimento seja o mesmo, quem sabe até ele, juntamente com a fina areia da praia não tenha se acabado em si mesmo... tenha sido espalhado e deixado de significar uma coisa só.
O amor quando acaba parece que nunca existiu, mas se persiste e sobrevive pode ser viciante e fatal.

.escrevi nossos codinomes em um simples pedaço de papel, as vezes quando olhar para frente ainda vejo esse pequeno e surrado papel, que ainda existe e que está aqui.
a tinta azul já desbotou, a folha se tornou levemente amarelada e as palavras nela tão ultrapassadas quanto um sonho bom, porque tudo se vai.
tarde inteiras falando bobagens, dizendo besteiras, descobrindo um mundo que não era meu e agora, entendendo como teu mundo era e, de repente, como já não é mais.
era como uma história de um livro qualquer, como a salvação para uma cabeça tão cheia quanto se podia imaginar, mas similar as próprias páginas, um sentimento seco, frio e impresso. copiado.

triste conclusão essa de que o desenho que se apaga com o tempo, com o vento, dura tão mais que aquele impresso em tinta preta. triste conclusão de que as pessoas passam e quem permanece nem sempre é o melhor... e quem se foi definitivamente não era o melhor.

domingo, 29 de abril de 2012

Quando a gente tenta de toda maneira...

... dele se salvar. Sentimento ilhado, morto e amordaçado volta a incomodar.



Reborn.
Porque quando uma chance remota brilha com força bem a nossa frente o que melhor que podemos fazer é renascer.
E é fato, a cada janela que se fecha uma porta se abre. Não existe noite que não tenha fim e não existe dor que não encontre conforto, consolo, que não encontre repouso nos braços da tranquilidade.
Tranquila.
Fecho os olhos e sinto uma pequena onda de raiva invadir meu corpo, mas logo em seguida me recordo do passado e posso prever o futuro.
Existem pessoas que não são mais do que isso e que sempre serão o pouco que são. As vezes nós nos obrigamos a procurar algo que sustente sentimentos mortos, procuramos formas de nos mantermos ligadas de alguma forma com pequenas passagens que hoje em dia não fazem diferença nenhuma.

Guarde os momentos bons.
Não. Eu guardarei cada palavra que me destruiu e me fez renascer, cada lágrimas amarga, fria e afiada que derramei em noites sufocantes. Guardarei os medos, pesadelos, a doença.
Guardarei como se guarda veneno: longe do sol e longe do alcance de qualquer coisa boa, mas sabendo que ele está ali na pior das hipóteses.

Quando uma esperança surge, REBORN.
E não fui eu que vivi dias de pesadelos depois de sonhar. Vivi meus erros e meus acertos, com a certeza de que uma vida se passaria e o veneno estaria intacto na corrente sanguínea, mas tendo em mente que nunca seria a dose letal.
Nunca será, na verdade.
Eu fui uma vez, irei novamente e quantas vezes for necessário até que eu possa dizer que não é simplesmente renascer, mas nascer para uma vida com uma ponta de aventura e uma base sólida de felicidade.
E quem fica jamais saberá o que é isso, porque os sonhos serão realizados, mas nunca os seus.


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sou um rascunho...

... um torpedo de celular (8)


As vezes a gente se sente limitado a nada, como se nada fosse sincero, como se nada tivesse valido.
As vezes a gente se sente nada.
As vezes usada e nunca amada, a menina não tem nada (8)
É impressionante como uma semana pode fazer da minha vida céu e inferno e nem se dar conta disso. Tanto faz, quando nada parece importar o caminho de ida e de volta são os mesmos.
Tudo muda de lugar e você perde seu eixo, cai e não vê ninguém para te levantar.

O que você esperava, que eu passasse novamente noites chorando e tendo pesadelos? 
Se você sabia que me faria mal... você sabia. 
Tanto faz, as pessoas de fato raramente ligam para o que a gente sente, porque mesmo que eu esteja errada em tudo o que penso, digo e faço, talvez e somente talvez, sejam esses meus sentimentos e por um momento você poderia se colocar em meus lugar.
Se perguntar como você se sentiria se por algum momento eu te desprezasse em nome de qualquer pessoa que você não liga. Excluísse suas coisas para sobrepor a de quem está sempre ali, só que ao contrário.
Eu não estava sempre ali?

A gente significa muito pouco, a gente fica achando que é muito mais.
Se te importa só um pouco, magoa. Me deixa atordoada, doente, sem fome, sem vontade de pegar a porra do celular. Mas agora, toda vez que toca o telefone eu sei que não é você.
Foda-se.
O que eu posso fazer, passar mais 4 dias sem comer, chorar mais um final de semana e tentar esquecer por um minuto que nem quem eu acreditava que estaria ali está mais.
Se eu colho o que planto, eu devo plantar muita desgraça na minha vida.
Se eu colho o que planto, eu não vou procurar na terra mais do que eu já encontrei.

No mais é isso, quem vai nunca volta e eu to cansada de correr atrás... principalmente quando eu corro atrás de alguém que costumava andar ao meu lado.

quinta-feira, 15 de março de 2012

E o que se escondia no porão...

... sai pelos poros, pela transpiração.




Mais um dia.
Passa levemente como se fosse uma suave pena caindo do infinito, pousando delicadamente sobre a água. Pequenas ondas circulares se espalham em torno do pequeno ponto no meio de um grande lago.
Não se ve o fundo, mas se vê a borda, o espelho reflete, mas não mostra, distante dos lhos, a verdade ali explícita, mas o espelho d'agua só reflete, nunca mostra.
Vem a brisa, sutil então, espalhar, consumir, desprezar a calmaria das águas que refletem.

Paz e um doce cantar de pássaros ao fundo da imaginação que viaja, que enxerga o lago, a pena, as ondas.
Que sente o vendo bagunçar os cabelos e trazer um sutil perfume de flores e frutas que faz a boca doce como o cheiro, tão real quanto na imaginação.

Anoitece.
Por do sol reflete a água e então o espelho é reflexo do que há por fora.
Nunca intenso, nunca claro, sempre obscuro.
E a dúvida de se profundo ou não.
Mas a noite traz a brisa, balança as águas paradas que refletem as estrelas, que indicam os caminhos, que te trazem para mim,

quinta-feira, 8 de março de 2012

Não perca a razão, ela já não é sua...

... onda após onda, o barco ainda flutua (8)



A mesma lua, no mesmo lugar e duas pessoas diferente observam de lados opostos, tão distantes e um ao lado do outro. A lua que eles olham é a mesma dos dois lados ou cada uma é um de seus lados refletidos?
Um discurso batido, despercebido, que talvez até já tenha acontecido.
Não ligo realmente que a lua seja diferente se por um momento ela me uniu a quem me faz bem... atualmente andam sendo poucas e boas pessoas.
Voltar a rotina as vezes nos reconecta diretamente com um 'quem sou eu' perdido no tempo e no espaço, a mesma rotina que roubou da gente o que chamamos de essência.
E aí tudo volta a funcionar do mesmo jeito e eu começo a sentir falta de quem eu era e não sou mais, mas por sorte sou alguém que se sente melhor.

No mais, meras reclamações de quem fala demais e não tem nada a dizer.
Quem me dera poder expressar profundamente meu amor e admiração pelas pessoas que gosto e quem me dera poder expressar o mesmo para quem está distante.
A mesma lua e aqui ao lado, uma distância infinita, será que ela poderia nos unir?
Não vejo formas de encontrar saída em um beco escuro que me diz apenas que não há chances, que é dessa forma. Ninguém muda, tudo é estático mesmo com uma volta de 360º graus, mas dando uma volta completa nós paramos no mesmo lugar.
Não te queria distante, não os queria distante, sem motivo e sem razão, mas saíram todos de meu simples e pequeno campo de visão, que não enxerga o que me afastou de tudo, até de quem eu sou.

Seguir viagem.
Talvez a frase mais dita e mais maldita nessas entrelinhas da highway, onde nada é mais do que subidas e descidas, curvas em máxima velocidade.
Não existe como parar.
Perder o controle em uma estrada surpreendente não seria uma grande surpresa, mas eu sigo em frente, pra frente eu vou...
Eu sigo enfrentando a onda onde muita gente naufragou.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Eu to só vendo, sabendo, sentindo, escutando...

... e não posso falar (8)



Recordar.
Incrível sensação nostalgica que me faz lembrar o exato momento em que eu comecei a amar suco de maracujá, mas odiar o desejo pelo beijo molhado de maracujá.
Torna-se desnecessária a saudades de tempo que mudaram, de coisas que se foram.
A trilha sonora também indica aquele tempo em que nada nos dividia, só que esse sentimento constante de proteção e segurança mostrou-se raro de se ter por muito ou pouco tempo. Nos dias de hoje ele se esvaiu de minhas mãos como areia fina.

O tempo passa e parece que a gente nunca aprende.

Pode ter certeza que o caminho se torna mais leve quando as coisas simplesmente acontecem sem explicações a mais ou a menos.
Fica fácil caminhar em silêncio lado a lado com quem nos faz bem. 
Doces amigos, velhos amores e um intenso cheiro de grama molhada tornam uma triste estrada abandonada no cenário mais encantador para se passar seu dia favorito.
Ainda não aprendi a voltar os passos que dei e encontrar o momento em que me perdi... Em uma curva da estrada, em um atalho qualquer... Não sei se sei onde estou, mas aqui não quero ficar.

Conselho é uma forma de nostalgia.

Envelheço dez anos ou mais ao lembrar dos anos que se passaram, pequenos detalhes compartilhados entre poucos e fazem parte de uma história que não tem fim.
Ou pelo menos parecia não ter fim.
Ainda restam alguns minutos de luta, aquele triste momento onde tudo parece perdido e você ainda tenta salvar algo que cai, mas você também está caindo.
Saudades, ela vem e vai, não significa distancia, não significa eterno, ela em si já significa tudo.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Não vou viver pra sempre...

... nem morrer a toda hora (8)



Passou o câncer, mas o sofrimento ficou.
Parece que é um costume da vida sofrer, as vezes até mais ou até menos do que se deveria, mas seguir constante em um sofrimento infinito.
E se já não bastasse os motivos em si, justificamos nossos olhos cansados com uma dor nova ou antiga, apenas para satisfazer a necessidade de nos sentir vivos.
Sim, sentir prova que estamos mais vivos do que esperávamos.

Diga adeus, ou não diga nada.

A simplicidade no ato de contar ago tão subjetivamente mágico já se torna uma grande ofensa a seus sentimentos. Ninguém liga.
E quando paro para pensar vejo então, tão diante de meus olhos, que ao redor pode existir tudo e ao mesmo tempo nada, a perspectiva e o desejo alteram o contexto de forma miseravel.
A vida é apenas uma história mal escrita pelas linhas tortas que desenhamos em uma dança estranha.
Se tudo torna-se uma questão de perspectiva, no final do jogo quem ditou as regras foi quem observou tudo em primeira pessoa, quem escolheu as estradas.
Nada demais, um velho discurso batido que qualquer poeta de bar conseguiria recitar.

O céu é só uma promessa...

Vamos lá, pegue mais um copo de bebida e venha dançar.
Os sofrimentos continuarão intactos na manhã seguinte, mas pelo menos uma noite a vontade de se libertar deve ser maior que a vontade de viver.
A saideira, só mais uma dose para voltar para uma vida que é um porre. Poesia é um porre!
Embebede-se um pouco de felicidade para depois sentir cada gota da mesma deixar seu organismo sedento por mais e então, sofrimento.
Um ciclo (ou circulo) vicioso, mata essa vontade de viver então. Sofra e depois, sinta-se repleto de felicidade até que um dia, sem aviso, tudo isso deixe de existir.

O futuro se impõe, o passado não se aguenta.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Sonhos tão pequenos

... que nunca tem fim (8)



Você imagina.
Pensa que pode escolher um final feliz para sua história, que pode viver para sempre eternizado em pequenos momentos. Acredita que em seu ultimo suspiro dirá que valeu a pena.
E aí você vê que não, que a distancia entre o que vc sonha e a realidade é tão infinita que a possibilidade de se tornarem a mesma coisa chega a ser impossível.
Então vem as lembranças de quando as coisas pareciam perfeitas e não eram.

Pequenos pedaços de felicidade vão marcando lentamente os caminhos por onde andei.

E hoje observo o vazio sem ter medo de enfrentá-lo, é prato principal e simplesmente não há como fugir.
As vezes me pergunto o porque de construir um futuro, de se sonhar um presente, é algo tão profundamente devastador, é buscar algo para se agarrar e encontrar o nada como apoio.
E as lembranças que vem e que vão, tão nítidas como no dado instante em que aconteceram, o sorriso, a risada, o doce perfume já tão conhecido... o toque quente em um dia frio.

Nada substitui, nada pode consolar... e saudade vai levando, vai matando.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Não tem parada errada não...

... no olho do furacão (8)



O sentimento de que tudo que se toca transforma-se em pó.
Consequências de uma carga emocional demasiada, que aos poucos pesa dos olhos profundamente escurecidos de vida. 
Saudades.
De todos os venenos já degustados, o gosto mais amargo e infinito é este que nos faz desejar o que está longe, tanto dos olhos como do coração.
Observo o horizonte repleto de tudo que quero, mas eternamente horizontal, jamais possível de se alcançar, caminhar em linha reta pode ser pior que andar em círculos.

Tudo mudo ao teu redor, o que era certo, sólido, dissolve, desaba, dilui... desmancha no ar.

Besteira construir a estrutura de uma vida, de quem você é do que deseja ser, em cima de sonhos, em cima de pessoas, em cima de sentimentos.
Nada que se move é confiável, não vale a pena depositar o que de mais precioso você espera ter em objetos, emoções e pessoas que simplesmente podem desfazer a harmonia do equilíbrio e deixar vir ao chão o que você construiu com tanto empenho.
Parece uma busca infinita encontrar algo que justifique os motivos para simplesmente continuar.
E tudo que toco parece desmoronar, um barco em ruínas esperando o primeiro deslize para enfim naufragar e levar consigo todas as histórias que já passaram por ali.

De grão em grão, por entre os dedos, tudo parece escapar.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O sonho é popular...

... eu li isso em algum lugar (8)



Tempestade.
Existem tantas formas de falar de amor e tão poucos sentimentos que, para mim, demonstrem a intensidade deste em questão.
Lastimavel mentira é tão sublime sentimento que ao trazer a alegria nos acorrenta as suas graças e nos impede de respirar.
Não importa de que lado você esteja, se tratando desse jogo é impossivel vencer.

Basta, que se derrame a ultima gota de sangue por uma trivialidade tão enraizada em seus próprios medos.

Segue teu caminho e nunca olha para trás.
Sonhos são pequenos atalhos que levam a profundos abismos, não se deixe ceder pelo que eles respresentam em seu majestoso teatro. É mentira.
Trace uma reta, siga em frente e não se preocupe com o que está em seu caminho, porque se você estiver no caminho de alguém não tardará a ser atropelado.

Destrua esse sorriso bobo, essa sensação boa durará o tempo de te matar aos poucos.

Não seja inocente, você finge ler e se preocupar, achar que o que digo é absurdo, que é apenas uma revolta de quem está com a vida ruim... mas aí você se lembra de todas as noites que não dormiu, de todas as lágrimas que perdeu.
Infelizmente para a grande maioria um velho amor desgraçado é facilmente curado por um novo amor bonitinho, até que este se torne desgraçado também.
Fácil demais, mas não para mim.

Agora pegue essa cólera de desilusão e tome para sua vida, de a interpretação que achar mais conveniente e só entenda uma coisa, não peça novamente uma rede de ilusões para quem está cansada de brincar de vida.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Deve haver alguma coisa...

... que ainda te emocione (8)





Chegou 2012 e apenas hoje eu tive tempo para escrever aqui. Não é falta de tempo no sentido mais literal, dentro de um ciclo eterno de 24h, mas de um tempo que me deixe livre para viajar nele mesmo.
E não são todos os texto do Humberto que me trazem prazer em ler, não são todas as twitcans que eu acompanho. Nem todas as músicas fazem sentido.
É fato, não são todas as pequenas e grandes coisas que me servem, que me fazem seguir em frente.
Mas no primeiro dia desse ano eu recebi as palavras que delimitaram como seria, então, um ano inteiro em uma madrugada.

Tudo mudou, ela acordou, ela está pronta pra recomeçar.

A sensação de mãos e coração livres e quentes vai além de acordar com medo dos fogos avisando que mais um ano se foi.
Pode ser que as 4 primeiras horas de 2012 já tenham tido um sabor diferente, mas eu tenho visto claramente coisas que antes eu imaginava.
Tenho visto e sentido como se jamais tivesse o feito, e parece então que cresci um pouquinho, mas não deixei de me sentir tão frágil quando um dente de leão a merce do vento. Desprotegida,
Os fogos da noite do dia de ano pareciam espantar demonios e fantasmas que consumiram meus coração, que trouxeram um profundo escuro para meus olhos... e só Deus sabe o quanto tenho medo de escuro.

Mas sabe como é difícil encontrar a palavra certa, a hora certa de voltar.

Eu tenho visto tanto de tudo. 
Tem gente que quer salvar, tem gente que quer salvação. O masoquista e o sádico raramente se encontram, uma relação em equilíbrio se faz necessária quando não existe nada além de caos.
No mais, amores não correspondidos e uma intensa vontade de viver andam predominando eternamente em cada suspiro e em cada risada.
E porque o que é preciso e necessário parece não ser o que meu horizonte mostra. Será que só eu sinto essa necessidade profunda de me libertar e de preencher o que está vazio e sozinho aqui dentro?

Diga que você me quer porque eu te quero também.
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