quinta-feira, 10 de maio de 2012

A vida não pode ser

um conta-gotas na tua mão (8)




.desenhei com a ponta dos dedos as iniciais de nossos nomes na areia fina da praia; esperava que aquele lugar eternizasse nossos nomes por um momento e que talvez o vento não apagasse.
nem sei por quanto tempo aquelas marcas de um momento infinito ficaram na areia, não sei se foi o vento, algum turista ou uma tempestade de areia que soterraram o que eu queria para a eternidade, mas sei que não deve estar naquela mesma praia a essa hora.
talvez nem o sentimento seja o mesmo, quem sabe até ele, juntamente com a fina areia da praia não tenha se acabado em si mesmo... tenha sido espalhado e deixado de significar uma coisa só.
O amor quando acaba parece que nunca existiu, mas se persiste e sobrevive pode ser viciante e fatal.

.escrevi nossos codinomes em um simples pedaço de papel, as vezes quando olhar para frente ainda vejo esse pequeno e surrado papel, que ainda existe e que está aqui.
a tinta azul já desbotou, a folha se tornou levemente amarelada e as palavras nela tão ultrapassadas quanto um sonho bom, porque tudo se vai.
tarde inteiras falando bobagens, dizendo besteiras, descobrindo um mundo que não era meu e agora, entendendo como teu mundo era e, de repente, como já não é mais.
era como uma história de um livro qualquer, como a salvação para uma cabeça tão cheia quanto se podia imaginar, mas similar as próprias páginas, um sentimento seco, frio e impresso. copiado.

triste conclusão essa de que o desenho que se apaga com o tempo, com o vento, dura tão mais que aquele impresso em tinta preta. triste conclusão de que as pessoas passam e quem permanece nem sempre é o melhor... e quem se foi definitivamente não era o melhor.

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