quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Hoje eu acordei mais leve...

... nem li o jornal! Tudo deve estar suspenso e nada deve pesar ♪ 

Declaro para fins de conhecimento que a partir da data de hoje os meus estimados amigos que podem começar a me pagar pelas consultas gratuitas, pois da presente data para frente teve fim o período de graduação.
Sim caros colegas (e cobaias) que me viram passar de aspirante a Psicóloga, chegou o esperado dia que finalizei a Faculdade de Psicologia. O choro é livre e os gritos de ACABOU É TETRA também, porque foram cinco anos (meia década!) em busca de concluir este sonho.
A Psicologia entrou em minha vida de uma forma que nem eu mesma sei, chegou devagar, comendo quietinha no seu canto, como uma segunda opção que acabou se tornando a melhor opção. Ganhou lugar em meu coração, derrubou o sonho de ser atriz e me fez entender que Freud explica quase tudo.
Esse curso maluco me fez perder a cabeça, entender meus medos, encontrar minhas motivações e suportar as adversidades. Ajudou-me a compreender da onde vinha minha tristeza e vivenciar com muito mais intensidade minhas alegrias.
Permitiu entender que os momentos passageiros podem durar para sempre, que o menor dos instantes é divisor de águas e que para tudo existe solução. Sempre vai existir alguém que pode te ajudar, dentro dos mais diversos lugares, nos mais diferentes disfarces.
Meus estimados professores (que são, agora, colegas de profissão) tornaram-se referencias para alguém que quando crescer quer ser como eles. Meus amigos e confidentes deixaram claro que a vida não vale a pena se você não tem com quem dividir. Minha família me fez inflar de orgulho por estar indo tão longe (mesmo sendo tão perto). E meu amor foi quem acompanhou mais de perto cada lágrima de ódio, surto de desespero ou conquistas indescritíveis que eu vivenciei (e também o maior beneficiado com o que aprendi) mostrou o quanto é importante ter para onde voltar quando se precisar ir.
O mais sincero OBRIGADA para todos que estiveram presentes nessa etapa, que me ajudaram com todo e qualquer detalhe durante os últimos cinco anos. No primeiro dia de aula eu entrei sozinha em um lugar que não conhecia ninguém, em uma cidade que não havia ninguém por mim. Era eu e meus sonhos que hoje são tão reais que nem parece verdade.
Psicologia não se trata de resolver problemas, selecionar candidatos, atender crianças levadas ou virar uma missionária de obras sociais. Na verdade ela fala de doar-se com amor ao contato humano, vivenciá-lo da forma mais autêntica possível buscando ajudar com o pouco que se sabe para diminuir a distância entre o coração e a mente a fim de aliviar a alma.
Nunca fui muito habituada a entender o fim. Ele sempre simbolizou o começo, porque para que algo tenha inicio é preciso que outra coisa termine.
Então chegou o começo! Seja bem vido.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Não chore, não ligue, não volte...

... não ouse me amar ♪

Eu não tenho resposta para suas perguntas. Não sou a solução para nenhum problema. Faço propostas burras, sugiro coisas impossíveis e claramente inúteis. Sou uma possibilidade em um milhão, cheia de meus probleminhas e sonhos ridículos de quem ainda não percebeu que cresceu. Faço parte de quem implora por ser digno de pena. Perco meus cinco minutos antes de dormir pensando em como seria morrer e em quem se importaria. Mostro-me desagradável e arrogante, não se assuste se descobrir que de fato sou. Afasto quem se deu ao trabalho de estar por perto. Sou desastrada em excesso, delicada como um coice e feminina como teu cu. Estou abaixo de suas expectativas e com certeza te frustrarei de alguma forma. Claramente não mereço sequer esforços mínimos ou sequer esforço nenhum... eu sinto muito.


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Risque outro fósforo...

... outra vida, outra luz, outra cor ♪

Qual a paisagem da estrada que sempre me leva ao mesmo lugar? As decepções acumuladas e repetitivas, tão remotas, monótonas, iguais. As páginas de um livro que ressaltam minha estupidez uma personagem pouco complexa, expondo aquilo que quero esconder. Nem o refúgio permite a fuga, a queda é eminente as paredes de papel não protegem da chuva fina que as derretem com sadismo e inevitavelmente. E quando se chega ao mesmo lugar não há saída, meu caro amigo, resta apenas andar em círculos para espantar o tédio. De quantas lágrimas solitárias já fiz rascunho para minhas queixas? Esmolando os restos de qualquer atenção que caiba, a fim de se compadecer da minha pena e minha culpa. Contudo, os esforços de afastar a dor não trouxeram resultados, a tentativa de não me mover por sequer um centímetro a fim de evitar a pontada aguda no machucado não facilita a cicatrização, é preciso limpar, cuidar e medicar. É preciso se mover, permanecer parado adoece o corpo e prejudica a alma. É preciso encontrar saída, sem depender de nada que esteja fora, apenas da própria orientação e um pouquinho de bom senso. É preciso se mover para se afastar...

terça-feira, 1 de julho de 2014

Não olhe pra trás...

... odeio despedidas ♪


Foram construídos pequenos e grandes castelos. Todos com bases fortes, telhados resistentes e portões tão robustos quanto se podia imaginar. Decorou-se a faixada com cores alegres, escolheu-se pedras pontiagudas para guardar as entradas e trouxeram um lustre infinito em seus cristais reluzentes para enriquecer os saguões. Mas as paredes eram fracas, feita com restos de um terreno arenoso que acharam por ali.
Todos os castelos ruíram, pois nem mesmo a base mais concreta é capaz de sustentar estruturas medíocres.
Nem mesmo o coração mais puro é imune a curvar-se aos efeitos colaterais que o sofrimento e a solidão podem causar.  Mas como disse, as bases eram suficientemente boas para ainda ao longe, no horizonte informe e desfigurado pela linha lacrimosa nos olhos cerrados e contraídos a força, poder-se ver o que restou das monumentais construções mundanas. Fugazes, como os últimos raios de sol. Derradeiras, expondo o corte desferido pela lâmina da espada amiga, atenuando a dor e atestando a inevitável traição. Afirmando que tinham a função de enganar.
Visitar as ruínas é inevitável quando não se pode afastar delas, quando elas foram construídas e destruídas em um lugar do qual não há como fugir... Quando elas desmoronaram dentro de mim.

sábado, 7 de junho de 2014

Pouco tempo faz, uma semana atrás...

... no topo do mundo, na crista da onda ♪

as cores se misturavam com os olhos turvos de lágrimas atravessadas. o tempo passa sem ritmo, sem compasso e rápido demais para qualquer dança. havia uma festa, luzes novas, músicas repetidas e o sentimento de pertencer a algum lugar. hoje não há nada. sem sons, sem lágrimas ou sorrisos, a noite segue turva em sua mesmice, longe de chegar a lugar algum. promessas, palavras cuspidas ao vento sem prazo de validade, sem selo de serem imperecíveis. humanos, tão frágeis em seus pecados e limites, desejosos de sentirem-se parte de um todo, fadados a saberem de sua própria solidão. as lutas se travam, o passado torna-se seguro e nos abrigamos nele sem receio de deixar passar a única chance, a primeira chance, a última chance... encontrar abrigo em lugares comuns, solidariedade em frases feitas, vencer batalhas já travadas na TV, uma reprise sem expectativas, tão certeira como a chuva gelada que traz alivio imediato. não importa, amanhã vamos trocar datas, nomes e, muito provavelmente, lembranças.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Vaidades que a terra...

... um dia há de comer. 


você sente demais - foi o que disseram a ela insistentemente naquelas tardes quentes do típico outono tropical. - você deveria sentir menos.
nas cem primeiras vezes ela riu debochada, com ar de quem não deu ouvidos a uma tolice tão grande; na centésima primeira alguma coisa dentro dela se rompeu. ninguém soube exatamente explicar o que mudou, mas qualquer um conseguia notar. 
a sensibilidade dos olhos foram diminuindo, a luz não iluminava as antigas pupilas reduzidas pela expectativa, amores exagerados e dores dilacerantes encontravam-se paradas, estáticas, estáveis. 
com o tempo ela sentia de menos. menos alegrias, menos saudade, quase nada de amor. sem sentimentos, ela sentia que não sabia mais quem era. sem dores, sem temores. 
de fato, ela parou de sentir demais. o hábito da anestesia virou um vício nocivo.
sua rotina sem grandes fluxos e alterações, tornou-se banal e ilógica. a falta de empatia tornou-a solitária e desnecessária, descartável quanto uma garrafa de cerveja já pelo final, com aquele resto seco e quente em cima da mesa de um bar: - garçom, leva essa embora e traz uma nova, gelada, pra afogar as mágoas e esquecer da vida.
já era outono de novo quando ela ouviu - você sente de menos - olhou pela janela e o frio já chegava, o inverno seco e ingrato do clima tropical vinha castigar. - você deveria tentar sentir mais as coisas.
não foi preciso mais que uma vez para que a frase ecoasse em sua cabeça e, então, o tsunami de sentimentos guardados invadiram seu ser e a transbordaram. esvaziaram.
nos dias seguintes ela não foi trabalhar, não atendeu ligações da família e não respondeu as do namorado sms dizendo para que ela deixasse de ser tão dramática. 
foi sua vizinha que notou que a luz não se apagava, a janela não se fechava e não havia sequer o som de um suspiro vindo do apartamento ao lado. quando o porteiro entrou os lábios já estavam roxos, os olhos estáticos novamente, o peito estático e ao lado da cama, um simples bilhete que dizia em uma letra torta, com borrões secos de lágrimas molhadas "eu não quero sentir nada".

domingo, 4 de maio de 2014

Não é nada facil, cara...

... euforia e depressão (8).



Só quero que você saiba que eu sei como é se sentir assim. Eu já senti. Meus melhores amigos surgiram quando eu estive no profundo abismo e por mais que estivesse na escuridão, não estava sozinha. Eu estive cega, mas haviam aqueles que enxergavam por mim, são nesses momentos que vemos quem caminha ao nosso lado, frente a multidão. A tristeza é um estado normal do ser humano, tendemos a ela naturalmente e de forma saudável, é da nossa natureza desconfiar da felicidade, se perguntar se tudo não está indo bem demais para ser verdade, procurar o erro e preparar-se para a queda. E como caímos. Mas a tristeza balancia a equação em partes simétricas, não fomos feitos para viver tão somente na dor e, em mesma proporção, não nos adaptamos a extrema felicidade. Duas medidas para um equilibrio proposital, somos seres sempre em busca. É nossa fórmula de veneno anti-monotonia.

sábado, 25 de janeiro de 2014

A despedida...

... seria até logo mais ♪



você vai se lembrar. em dias chuvosos você dará risada de como a vida foi injusta com nossa sorte e insistiu em tentar nos manter longe, mas falhou. vai sentir saudades das palavras ácidas, mas só de brincadeira, que escondiam inúmeros 'eu te amo' e diversos 'não sei mais viver sem você'. nenhum lugar será o suficiente para que se esconda de seus pensamentos, de seus sentimentos, porque pela primeira vez foi de verdade e ninguém consegue deixar para trás uma parte tão importante da vida. vai sentir falta. acordará cedo, correrá os dedos pelas teclas do celular, digitará uma mensagem que jamais vai chegar para ninguém. vai relembrar, quando as nossas músicas tocarem, quando alguém não usar nossos códigos secretos ou quando alguém usar, porque tínhamos um jeito nosso de ser, de falar, de ouvir e de amar. e você também vai chorar. as lágrimas vão te sufocar vez ou outra por saber que a culpa foi sua, que as decisões foram suas e que a dor é nossa. você não imagina o quanto me feriu, a parte de mim que levou embora com seus olhos arrogantes e suas palavras envenenadas. você terá medo de nunca mais conseguir de novo o que já teve, mas ouça com atenção meu querido amigo, eu sempre serei grata por tudo e as portas sempre estarão aberta. no dia em que você perceber tudo isso, tenha em mente que sua visita será recebida com alegria e que meu coração sempre estará disposto por você e para você, mas é que as vezes só a saudade pode realçar o que temos. espero que a sua realce a mim, porque a minha não para de falar em você. sempre foi uma ideia que nunca teve a pretensão de acontecer, mas aconteceu.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Eu vou ouvir pra me lembrar...

... e dançar pra te esquecer ♪



tudo se desfaz. no compasso do tique-taque as muralhas erguidas desmoronam com a generosidade e egoísmo que somente o tempo pode nos proporcionar. uma gama de sentimentos varia entre os mais diversos infinitos, pouco nos resta do que havia no começo. diz o poeta que ser feliz é uma questão de ser, mas muito além disso, liberdade é uma questão de ser. existe mais do que esse vai e vem. e em mim, existe mais do que a menina que acredita em amor ou qualquer banalidade do tipo. durante um momento eu estava só, o mundo de cores invadia meus olhos, meu corpo se confundia com as vibrações que passavam por ele, a música começou a inundar cada lembrança trivial e destruiu. você se torna descartável, sua lembrança desaparece. seu fantasma resiste, mas sua carne não. a sua falta não é notada, seus desejos banalizados, sua presença ignorada e com o passar do tempo você se acostuma. o amor se torna vil, a amizade uma conveniência e toda e qualquer empatia se reverte no escuro de seus pensamentos. quem ensina a vontade de ficar sozinho não é o escuro nem o medo, mas o desejo. você fecha os olhos e faz um pedido e quando abre, não tem ninguém, você foi abandonado. eu não ligo;  aprendi naquela música a ser sozinha, sem que nenhuma lágrima caia por isso, sem que minha vontade seja diferente. a solidão é meu melhor ângulo.

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