sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Eu olho pra lua

... eu sinto a tua falta ♪



O vento gelado balança com suavidade meus encaracolados cabelos negros, trás consigo uma brisa de maresia mesmo tão distante da última vez que estive na praia.
Devo admitir, eu já fui mais feliz do que isso, mas também já fui mais triste.
E o sofrimento que arde em meu peito grita que eu estou viva, a dor em meu ventre assinala uma escolha para que tudo se desfaça.
É inútil, não adianta medir tristezas dentro de nossos fantasmas, a dor de cada um é tão singular quanto o que nos faz iguais; a nossa diferença é o único elo que nos une.

Hoje eu aprendi, com um amigo uma coisa que nunca soube: aprender a libertar, perder o medo de deixar partir.
E eu digo ao meu coração que vá, não se prenda mais a pequenos detalhes de um doce amor que falece.
Não cabe a mim pedir para que ele continue sobrevivendo, a liberdade é uma pequena dádiva que permite que tudo se torne mais encantador.
Desfaleça.

Duas feridas brigam em contraste dentro do meu peito, mas existe alguém, em algum lugar, que olha por mim e que de alguma forma, escolheu que eu estivesse aqui.
A dor permanece, minhas fragilidades e meus medos continuam a devastar tudo o que encontram dentro de mim, mas eu também continuo.
Não existe começo e nem fim, a estrada não leva a lugar nenhum, nós caminhamos em vão.
Nós devemos continuar caminhando, é a única coisa que nos cabe nesse tenebroso mundinho onde a felicidade cobra um valor muito alto.

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