O sentimento de que tudo que se toca transforma-se em pó.
Consequências de uma carga emocional demasiada, que aos poucos pesa dos olhos profundamente escurecidos de vida.
Saudades.
De todos os venenos já degustados, o gosto mais amargo e infinito é este que nos faz desejar o que está longe, tanto dos olhos como do coração.
Observo o horizonte repleto de tudo que quero, mas eternamente horizontal, jamais possível de se alcançar, caminhar em linha reta pode ser pior que andar em círculos.
Tudo mudo ao teu redor, o que era certo, sólido, dissolve, desaba, dilui... desmancha no ar.
Besteira construir a estrutura de uma vida, de quem você é do que deseja ser, em cima de sonhos, em cima de pessoas, em cima de sentimentos.
Nada que se move é confiável, não vale a pena depositar o que de mais precioso você espera ter em objetos, emoções e pessoas que simplesmente podem desfazer a harmonia do equilíbrio e deixar vir ao chão o que você construiu com tanto empenho.
Parece uma busca infinita encontrar algo que justifique os motivos para simplesmente continuar.
E tudo que toco parece desmoronar, um barco em ruínas esperando o primeiro deslize para enfim naufragar e levar consigo todas as histórias que já passaram por ali.
De grão em grão, por entre os dedos, tudo parece escapar.
Versos realmento tocantes.
ResponderExcluirDe uma passada la nos Versos... escrevi uma crõnica sobre o verão bem bacana e gostaria da sua opinião.
http://versosembossa.blogspot.com/