... outra vida, outra luz, outra cor (8)
Escrever.
Tentei lembrar a palavra em inglês, mas a língua mais difícil do mundo - para mim - continua sendo uma incógnita em minha cabeça. E aí tudo se mistura.
Cartas de amor que jamais mandarei, sentimentos profundos que devem ficar apenas perdidos em meus olhos felizes/tristes... confusos.
É como procurar distante o que se tem por perto, sem nunca encontrar, sem nunca tocar.
Buscar algo que não se pode ter.
Será mesmo que vale tão a pena se afogar em doces ilusões de um mundo que nos sufoca? Ou seriam tão doces as ilusões que criamos e não podemos alcançar?
A dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza.
Contramão.
Caminhar contra a corrente banal que nos carrega enfileirados para o ponto de partida. Quando se percebe estamos todos andando em círculos e nessa caso, sair pela tangente é a única forma de se salvar.
Quem salva quer salvação.
Retorno ao início: escrever. Salvar, compreender, consolar. Não sei o que traduz minha necessidade de colocar em letras mal feitas e pedaços de papel reciclado com sentimentos novos, mas sei que eu vejo somente e tão somente o desenho ganhar a forma do que me assusta.
E o medo do escuro retorna, porque nada pode assustar mais do que o que se esconde na parte obscura de minha alma, na parte não tocada de meu coração.
Fugir.
Desviar os olhos como se não fosse verdade, porque ninguém virá ajudar; à meia-noite o príncipe vai embora com algo que o distraia e a princesa jamais tem seu final feliz.
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