domingo, 30 de dezembro de 2012

Que venha em paz

... o que o futuro trouxer ♪



escrevo agora porque a vontade de ver 2012 ficar para trás é grande. não que as horas nos ponteiros do relógio e a mudança de calendário tragam alguma mudança, mas só o impulso de um novo ano já nos faz respirar com um pouco mais alívio. alívio imediato. porque do ano que foi muitas pessoas caminharam suavemente sobre a estrada na qual a vida se dá, muitas estradas se cruzaram e muitos caminhos se tornaram os mesmos. muitos deixaram de caminhar sozinho, mas muitos, mesmo acompanhados, estiveram mais solitários do que nunca. este ano, infeliz ano, trouxe a certeza de que pessoas podem ser ruins, que ninguém se importa, que amor e amizade são sentimentos tão banais quanto corrupção e carnaval. o ano, em si, não foi ruim, o que o tornou um pequeno pedaço do inferno, para que todos ou ninguém pagasse seus pecados, foi a simples presença de pessoas fracas, que por puro medo e covardia, preferiram diminuir e usar o outro a oferecer qualquer coisa de bom. felizmente não há mais tempo para relembrar os fantasmas, eles estão mortos e a partir de agora enterrados. vem aí um novo ano, com 365 oportunidades para ser feliz e mais do que isso, para fazer feliz. trezentos e sessenta e cinco novas chances de fazer melhor, de fazer diferente a cada dia, para que no próximo final de ano, quando os ponteiros do relógio perigarem chegar em 2014, você, eu e todos nós possamos suspirar por um instante, recordar o ano que passou e dizer: valeu a pena. não desejo um feliz ano novo, mas um ano novo que seja uma felicidade a todos.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Nunca mais saiu da minha boca...

... nenhum elogio a nenhuma paixão ♪



Eu te olho com urgência, não diga aquelas palavras que me devastam. Não, não agora, não se vá e me deixe sozinha por entre escombros de um coração partido, no meio do que sobrou daquele futuro idiota que um dia sonhamos juntos para nós. Você sabe que eu tenho medo do escuro, que pesadelos me deixam sem ar e que meu coração acelera cada vez que você toca minha mão com delicadeza. Sim, eu sei que você sabe que  ainda estremeço quando você sussurra "eu te amo", sabe também que quando me coloca em seu colo, no calor de seus braços, o mundo desaparece e eu encontro o meu lugar, que por tanto tempo procurei. Eu, que andava por aí desajustada, sem rumo nem beira, sem sentido ou razão; sobrevivia de restos de atenção fajuta, de sonhos de papel que se dissolviam com as lágrimas que insistiam em cair durante a noite, porque eu procurava você e não te encontrava. E agora que encontrei e depois de tanto tempo segura em um lugar que parecia ser meu, você quer partir, me deixando novamente com o escuro e a solidão, levando consigo minha casa, meu conforto e minha vida, que de tanto desejar pela sua, acabou se confundindo com ela. Não vá, desfaça esse pesadelo que me atormenta, diga que é apenas mais um sonho ruim como aqueles nos quais você me acorda no meio da madrugada e silencia meu medo, acariciando meus cabelos bagunçados e dizendo que tudo ficará bem. Eu ainda sinto sua respiração pesada tocando minha nuca enquanto eu sorrio, silenciosamente para não acordá-lo, pela sorte grande de ter encontrado você; posso escutar sua voz falando meu nome quando faço algo inevitavelmente irritante; eu ainda sinto você aqui, mesmo estando distante de mim agora. Me falha a visão, me falta voz para gritar, mas não se vá... Simplesmente não vá.


sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Eu olho pra lua

... eu sinto a tua falta ♪



O vento gelado balança com suavidade meus encaracolados cabelos negros, trás consigo uma brisa de maresia mesmo tão distante da última vez que estive na praia.
Devo admitir, eu já fui mais feliz do que isso, mas também já fui mais triste.
E o sofrimento que arde em meu peito grita que eu estou viva, a dor em meu ventre assinala uma escolha para que tudo se desfaça.
É inútil, não adianta medir tristezas dentro de nossos fantasmas, a dor de cada um é tão singular quanto o que nos faz iguais; a nossa diferença é o único elo que nos une.

Hoje eu aprendi, com um amigo uma coisa que nunca soube: aprender a libertar, perder o medo de deixar partir.
E eu digo ao meu coração que vá, não se prenda mais a pequenos detalhes de um doce amor que falece.
Não cabe a mim pedir para que ele continue sobrevivendo, a liberdade é uma pequena dádiva que permite que tudo se torne mais encantador.
Desfaleça.

Duas feridas brigam em contraste dentro do meu peito, mas existe alguém, em algum lugar, que olha por mim e que de alguma forma, escolheu que eu estivesse aqui.
A dor permanece, minhas fragilidades e meus medos continuam a devastar tudo o que encontram dentro de mim, mas eu também continuo.
Não existe começo e nem fim, a estrada não leva a lugar nenhum, nós caminhamos em vão.
Nós devemos continuar caminhando, é a única coisa que nos cabe nesse tenebroso mundinho onde a felicidade cobra um valor muito alto.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Eu já tive as chaves...

... como as aves tem o céu ♪





Perspectiva de futuro, uma volta direto ao passado pode me dizer como cheguei aqui.
Janeiro se aproxima: o pesadelo de 2012 fica um ano mais longe, mas as lembranças menos de 31 dias mais perto, não quero recordar.
Não importa, aquele velho papo de novo ano sempre faz sentido nessa época onde o desespero começa a bater pelo ciclo temporal que se encerra e pelo novo mundo de possibilidades que se expõe.
Vejo no horizonte trêmulo a esperança de um renascer, deixar para trás todas as cicatrizes e viajar para longe do que foi o que vivemos.
Dizer adeus.

E contigo, vai meu coração cheio de si, que procura o que já encontrou.
Era realmente um jogo, um livro, um desfecho que parecia estar definido por meus simples caprichos de brincar com o tempo que ainda me restava.
Mas o ponteiro do relógio parou, andou para trás e correu para frente, no fim das contas, quem perdeu o controle e o jogo fui eu.
Agora o destino me deixa a mercê da esperança de uma nova vida, distante daquela que a pequena força de meu ser deseja flamejante em meu coração partido.
Não há mais nada a fazer.


Mas eu perdi você, como um barco perde o rumo, como uma árvore no outono perde a cor.
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