as cores se misturavam com os olhos turvos de lágrimas atravessadas. o tempo passa sem ritmo, sem compasso e rápido demais para qualquer dança. havia uma festa, luzes novas, músicas repetidas e o sentimento de pertencer a algum lugar. hoje não há nada. sem sons, sem lágrimas ou sorrisos, a noite segue turva em sua mesmice, longe de chegar a lugar algum. promessas, palavras cuspidas ao vento sem prazo de validade, sem selo de serem imperecíveis. humanos, tão frágeis em seus pecados e limites, desejosos de sentirem-se parte de um todo, fadados a saberem de sua própria solidão. as lutas se travam, o passado torna-se seguro e nos abrigamos nele sem receio de deixar passar a única chance, a primeira chance, a última chance... encontrar abrigo em lugares comuns, solidariedade em frases feitas, vencer batalhas já travadas na TV, uma reprise sem expectativas, tão certeira como a chuva gelada que traz alivio imediato. não importa, amanhã vamos trocar datas, nomes e, muito provavelmente, lembranças.
sábado, 7 de junho de 2014
Pouco tempo faz, uma semana atrás...
... no topo do mundo, na crista da onda ♪
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