terça-feira, 1 de julho de 2014

Não olhe pra trás...

... odeio despedidas ♪


Foram construídos pequenos e grandes castelos. Todos com bases fortes, telhados resistentes e portões tão robustos quanto se podia imaginar. Decorou-se a faixada com cores alegres, escolheu-se pedras pontiagudas para guardar as entradas e trouxeram um lustre infinito em seus cristais reluzentes para enriquecer os saguões. Mas as paredes eram fracas, feita com restos de um terreno arenoso que acharam por ali.
Todos os castelos ruíram, pois nem mesmo a base mais concreta é capaz de sustentar estruturas medíocres.
Nem mesmo o coração mais puro é imune a curvar-se aos efeitos colaterais que o sofrimento e a solidão podem causar.  Mas como disse, as bases eram suficientemente boas para ainda ao longe, no horizonte informe e desfigurado pela linha lacrimosa nos olhos cerrados e contraídos a força, poder-se ver o que restou das monumentais construções mundanas. Fugazes, como os últimos raios de sol. Derradeiras, expondo o corte desferido pela lâmina da espada amiga, atenuando a dor e atestando a inevitável traição. Afirmando que tinham a função de enganar.
Visitar as ruínas é inevitável quando não se pode afastar delas, quando elas foram construídas e destruídas em um lugar do qual não há como fugir... Quando elas desmoronaram dentro de mim.

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