tudo se desfaz. no compasso do tique-taque as muralhas erguidas desmoronam com a generosidade e egoísmo que somente o tempo pode nos proporcionar. uma gama de sentimentos varia entre os mais diversos infinitos, pouco nos resta do que havia no começo. diz o poeta que ser feliz é uma questão de ser, mas muito além disso, liberdade é uma questão de ser. existe mais do que esse vai e vem. e em mim, existe mais do que a menina que acredita em amor ou qualquer banalidade do tipo. durante um momento eu estava só, o mundo de cores invadia meus olhos, meu corpo se confundia com as vibrações que passavam por ele, a música começou a inundar cada lembrança trivial e destruiu. você se torna descartável, sua lembrança desaparece. seu fantasma resiste, mas sua carne não. a sua falta não é notada, seus desejos banalizados, sua presença ignorada e com o passar do tempo você se acostuma. o amor se torna vil, a amizade uma conveniência e toda e qualquer empatia se reverte no escuro de seus pensamentos. quem ensina a vontade de ficar sozinho não é o escuro nem o medo, mas o desejo. você fecha os olhos e faz um pedido e quando abre, não tem ninguém, você foi abandonado. eu não ligo; aprendi naquela música a ser sozinha, sem que nenhuma lágrima caia por isso, sem que minha vontade seja diferente. a solidão é meu melhor ângulo.
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