... ficar sozinho numa noite de inverno.
Você olha para o lado, não existe sinal de paz.
O quarto bagunçado se confunde com o bagunçado que se confunde com seus pensamentos. Sua mente voa livre, presa ao corpo que sente a crise de abstinência que seu veneno tóxico deixou.
O antídoto que parecia fazer a diferença se tornou fraco?
Seus olhos surpreendem seu coração, um mínimo detalhe faz tudo mudar de lugar. A bagunça vira um simples fundo e toda sua atenção se prende ao que está bem ao centro dela.
A vida te vence fácil, esse quarto parece um quarto velho de bordel, sujo da luxúria que muitos pagaram e poucos tiveram. Sua cama cheira a podridão, abandono.
Sua busca desesperada impede sua respiração, o ar falta e você sabe que só o recuperaria nos suspiros de amor, nos braços de alguém que mesmo estando dentro de você, se encontra distante como jamais esteve.
Esqueça.
Não faz diferença, porque além da bagunça fica o vazio, você esconde o eco que seus pensamentos produzem nesse coração vazio de si, com uma bagunça planejada exatamente para que pareça tudo tão cheio de nada.
Ninguém precisa disso e você se dará conta, então enfim levantará a cabeça, olhará para além da janela. Lá fora as luzes artificiais continuam a brilhar, mas sua visão vai além.
Vai para si.
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