... o que era certo, sólido dissolve,desaba, dilui, desmancha no ar.
Sentia-se como cristal, delicada demais, frágil demais, transparente demais.
Não havia como se proteger do que viria a seguir, tempestade em copo d'água. Mas vinha tão arrebatadora, levando o que encontrasse em seu caminho.
Fragilizada demais para querer encarar de frente, mas encarar o que? Mal sabia quem eram seus inimigos, do que fugia, qual eram seus problemas.
Tudo parecia demais para ela, mas seguia só.
Envolvida e embriagada em sentimentos que não queria mais entender, que não queria aceitar.
É simples assim, o amor como um sentimento permanente, apresenta suas falhas e sua própria estrutura, então não importava o quanto ela lutasse, o fim seria o mesmo.
E o que importava aos outros? O sentimento a consumia por dentro e nenhuma palavra seria dita em voz alta, ninguém notaria.
Ninguém nunca notou.
Não havia dor, sofrimento ou uma necessidade de despertar a pena de quem olhava, ela só queria encontrar uma razão.
O cristal ressaltava sua situação e ela não podia gritar por socorro. Não queria.
Também estava cansada de tanta subjetividade, resolveu parar de se esconder por trás de palavras ditas por outros e, então, dizer as suas com sua própria voz.
Tão frágil, transparente, intocável.
Ninguém teve cuidado, ninguém se preocupou na forma certa de agir.
O cristal se quebrou.
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