sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Há um muro de Berlim...

... dentro de mim (8)



Não me deixe esquecer que eu sou. 
O grito frustrado que saiu de minha garganta soou quase como uma ordem, mas era um pedido. Minhas lembranças sumiram num piscar de olhos, era vazio, névoa e solidão.
É engraçado olhar para os lados e não ver no que se agarrar e mesmo assim seguir em frente, sem saber muito bem o caminho. Mais engraçado ainda é ver que esse poço sem fim é fruto de meus devaneios loucos.

Hoje o professor disse que nos emocionamos com um filme, novela ou qualquer coisa porque parte daquele personagem nos toca de alguma forma, acontece uma identificação.
Tirando a parte óbvia, é interessante observar.

Lágrimas tocaram meu rosto trazendo uma amargura desmedida, aquela presa a cada vez que meus olhos embaçaram e algo me distraiu por um segundo.
Choro contido: não existe nada pior no momento. Mas ele, mais que a noite, traz alívio imediato.
Depois fica só a sensação do vazio e então as coisas vão ficando mais claras, eu vejo que perdi um pouco de mim nos ultimos dias.
"Cansada de buscar abrigo" queria resposta para essa música... Queria ir para Porto Alegre, correr para os braços de quem poderia me fazer sentir melhor.

Mas afinal, quem nunca se sentiu assim... No escuro o invisível nos salta aos olhos.
E ninguém nem imagina o quão obscuras as coisas estão.

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