sábado, 24 de setembro de 2011

Há um muro de concreto...

... entre nossos lábios (8)



Não sei dizer ao certo de que cor eram os olhos que buscava naquela noite, mas naquele lugar sóbrio de si mesmo, não restava muito além do corredor vazio.
O movimento crescia e tudo parecia vazio de si.
As palavras dele me atingiam e confirmavam o que eu sentia desesperadamente, mas eu não queria sentir.

Logo agora que eu tinha encontrado minha paz ele vinha, como o mais profundo desejo de meu coração, que prometi com tanta força ofuscar, esquecer...
Ele afirmava meus medos, meus sentimentos como se fossem dele e me dividia entre a trilha sonora daqueles dias, de duas músicas do mesmo estado de onde queria estar.
Parece que a cada vez que o refrão daquela música inundava meus pensamentos era como se um sentimento infantil voltasse e simplesmente quebrasse as barreiras.
Castelo dos destinos que se cruzam no tempo...

Sabia eu, naquela noite, que mesmo sem conhecer exatamente a cor daqueles olhos, desejava imensamente dar a ele todas as estrelas do céu...
Não somente por serem estrelas, mas pelo infinito simbólico que cada uma traz em si, ecos de eternidade de uma luz que existe apenas por si. 
Distância que nos separa.
Não somente ela, mas laços maiores que algumas ligações e pouco mais que duas solidões compartilhadas, mesmo que houvesse mais alguém ao lado.
Porque nós dois continuaremos a nossa vida, assim tal como ela está, mas agora eu sei.
Talvez ele saiba também.

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