Eu apaguei suas mensagens, eu deletei suas mentiras. E me irrita pensar que mesmo depois de tudo, o seu olhar cruzado ao meu, o toque da sua mão na minha cintura ainda causam um choque que percorre todo o meu corpo e me tira da realidade por alguns segundos. E as músicas que eu escolhi para você tocam no modo aleatório enquanto eu me recuso abrir a janela e encarar meu rosto no espelho. Você prometeu, mas quem não promete? E não é por que eu me habituei a escuridão que você precisava apagar a única luz acesa. Mas é o que dizem, o sol não pode se aproximar demais ou acabará te queimando. E foi bem assim que me você surgiu. com sua luz inabalável e seu sorriso torto iluminando tudo que estava imerso em sombras, afastando para longe fantasmas e demônios que assombravam meus pensamentos. Habituada com as lágrimas antes do sono, hoje de manhã eu perdi o sono para elas. Tanto faz, você é o erro que eu nunca mais vou cometer, o problema que eu não quero ter. E todas as fotos continuarão no mesmo lugar, perdendo a cada dia seu significado. E as músicas continuarão tocando sem rastro de seu rosto em qualquer lembrança. Você é um padrão, um círculo vicioso que preciso romper. Mas a lembrança da sua mão entrelaçada a minha apaga a raiva e causa um corte exposto, uma dor aguda que me faz acreditar merecê-la. Eu nunca poderei dizer quem está certo ou errado, o que foi real o que foi inventado. As mentiras já não fazem diferença, o resultado final é imutável, não podemos mais escrever essa história. Também tirarei seu nome das minhas histórias e me distanciarei de sua ausente lembrança, que vai esmaecer até se tornar nada. Quem te deu o direito de bagunçar a minha vida assim, dessa forma? Eu tentei me manter afastado, mas você me conhece, eu faço tudo errado. Eu tentei te afastar, mas suas fáceis palavras me traziam pra perto e eu não conseguia me impedir. Eu te queria tanto. De repente um flash desconexo passa diante dos meus olhos e eu me pego sorrindo, lembrando mais uma vez não tiramos nossa foto e nem vamos tirar... é inútil registrar o que se quer esquecer. E eu estava certar quando disse que te encontraria sem lágrimas de emoção como no final de um romance literário qualquer, mas apenas um corte seco dizendo em poucas palavras que era tarde demais. Sempre foi tarde demais. E as muitas cartas que te escrevi sem coragem de entregar, queimarão linha por linha até não sobrar nada que diga que um dia você esteve aqui, tão próximo, tão disposto e tão igual a tudo e todos.
domingo, 19 de julho de 2015
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
Nenhum comentário :
Postar um comentário
digitado por