quinta-feira, 11 de junho de 2015

744 horas...



Poderia escrever setecentas e quarenta e quatro coisas que mudaram nos últimos dias, no último mês. Esse é o número exato de motivos para que tudo esteja assim. Para que quem olhe de longe saiba que dez anos ou mais se passaram para que tudo esteja exatamente assim. Rugas embaixo dos olhos, resquícios das lágrimas que já não caem mais; quilos a mais ou a menos de acordo com a perspectiva dos expectadores, o mundo se mostra em seus detalhes. Estou sorrindo, meu caro amigo, e a culpa é sua. Extasiada de vida e de minhas próprias insanidades, que de loucas não tem quase nada. Posso dizer que a simplicidade brilhou aos olhos escurecidos e devolveu seu tom de mel. A serenidade apagou pesadelos e ao mesmo tempo tirou o sono, porque ninguém pode dormir enquanto sonha acordado. O sono é um desconhecidos nas últimas 744 horas. Quantas perguntas foram feitas nos quarenta e quatro mil seiscentos e quarenta minutos que se passaram? E muito mais importante que a pergunta, quantas respostas foram encontradas? Quem se importa? Somos tão jovens... E quem diria que setecentas e quarenta e quatro horas são equivalentes a uma volta de trezentos e sessenta graus. Tem o mesmo peso das decisões difíceis, o mesmo preço de uma barra de chocolate em um dia realmente difícil. E a tela do celular ilumina o quarto escuro enquanto um sorriso desenha-se nos lábios ressecados do frio. Por todos os lados as horas inundam os pensamentos e eu continuo contando os minutos para as próximas 744 horas.

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