Estamos suspensos no ar. Balões
coloridos nos protegem do solo castigado e nos levam para longe, sempre para um
lugar melhor. Evitam a queda que a realidade impõe e nos entregam a ela quando
os deixamos ir. E que estes balões aceitem a responsabilidade de serem aqueles
que vão nos salvar de vez em quando das lágrimas afiadas que vem com o
silêncio, do medo da estrada incerta, do nó que aperta a garganta e faz latejar
o coração. Que sejam mais fortes que as âncoras que anseiam por nos afundar nas
águas de um mar escuro e frio, longe do calor do sol. Balões de festa. As luzes
se apagam indicando o final do baile. As luzes se acendem indicando o começo de
um novo dia. Nada mudou desde então, mas tudo deixava uma aguda melancolia de
um querer sem tamanho. Havia luz, música, serenidade e harmonia. Nada estava
confuso, nada conseguiria destruir a segurança daquela fortaleza construída com
balões. Olhar para trás e enxergar na estrada o que nos trouxe até aqui. Olhar
para frente e enxergar no futuro a certeza de não estar só. São pequenas
constatações que nos transbordam. Um coração acolhido flutua por aí.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
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Ameeei Ana :)
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