... outra vida, outra luz, outra cor ♪
Quando o céu escuro é cortado por um raio, o barulho só reflete algo que já aconteceu e não se pode voltar atrás.
Depois vem a calmaria.
A tempestade só serve para fazer desabar um acúmulo de coisas que aumentam, pesam e se dissolvem em tão pequenas quanto eram. Ela devasta.
Quisera Deus me dizer como desfazer tempestades de papel, que são lavadas pela chuva e dissolvidas na imensidão de meus pensamentos.
Como parar essa força que me prende ao que se desfaz com sutileza e espontaneidade... Como resistir ao desejo encarnado em meus olhos sonhadores, que de tanto sentir, entristecem.
Luz.
Estonteante dançarina dos dias, que guia os passos e afasta os males que a escuridão oculta. Pequena esperança que nos confunde, porque quanto mais olhamos, mais cegos nos deixa.
Ilusão boba essa de achar que se pode tocar o que é abstrato, porque nada é tão forte que não possa ser quebrado e nem frágil que não possa se fortalecer.
O infinito dura um segundo na minha contagem de tempo, um segundo eterno no qual ainda estou parada.
Pesadelos.
Não existe um dia que não finde na noite serena, que carrega consigo estragos profundos, que causa pequenas mortes na lentidão dos sonhos que gritam até enrouquecer sobre seus medos e mais do que eles, gritam seus desejos ignorados.
Não adianta fugir do que está dentro.
E por mais que não acredite em destino, eu sei que o meu é você.